[Resenha] A Escolha

Livro: A Escolha
Autora: Kiera Cass
Ano: 2014
Editora: Seguinte
Páginas: 352
Sinopse: America era a candidata mais improvável da Seleção: se inscreveu por insistência da mãe e aceitou participar da competição só para se afastar de Aspen, um garoto que partira seu coração. Ao conhecer melhor o príncipe, porém, surgiu uma amizade que logo se transformou em algo mais... No entanto, toda vez que Maxon parecia estar certo de que escolheria America, algum obstáculo fazia os dois se afastarem.
Um desses obstáculos era Aspen, que passou a ocupar o posto de guarda no palácio e estava decidido a reconquistar a namorada. Em encontros proibidos, ele a reconfortava em meio àquele mundo de luxos e rivalidades. Com essas idas e vindas, America perdeu um pouco de espaço no coração do príncipe, lugar que foi prontamente ocupado por outra concorrente. Para completar, o rei odiava America e a considerava a pior opção para o filho. Assim, tentava sabotar a relação dos dois, inventando mentiras e colocando a garota em prova a todo instante.
Agora, para conseguir o que deseja, America precisa cortar os laços com Aspen, conquistar o povo de Illéa e conseguir novos aliados políticos. Mas tudo pode sair do controle quando ela começa a questionar o sistema de castas e a estratégia usada para lidar com os ataques rebeldes...

Depois de sofrimento, nada como sofrer mais um pouco ^^

Agora a Seleção chega ao seu momento crítico e decisivo, as dúvidas de America devem ser sanadas, Maxon e Aspen já entram em cena juntos e põe em risco a duplicidade da vida dela, afinal Aspen pode ser o que ela sempre quis, mas com Maxon não é diferente e o futuro de Illéa pode estar em jogo também, afinal America não almejava ser rainha, mas agora não é impossível, só que rainha decorativa não é o papel dela, se envolvem os cidadãos de illeanos, ela leva a sério e como membro da 6ª casta, ela provou o horror que esse sistema segregador causou e ainda causa na vida dessas pessoas.

Essa fanart linda foi feita pela CharlyHantschel no Deviantart

Depois de se perder da linha crítica de seu enredo, Kiera volta com a emblemática causa dos rebeldes de Illéa, Maxon e America agora se estabeleceram em uma relação mais companheira, ambos possuem sentimentos um pelo outro, mas enquanto America continua no se impasse entre ele e Aspen, Maxon decidiu que deveria seguir por si em alguns momentos e dar espaço para que ela refletisse, para enfim chegar ao seu veredito, fazendo A Escolha deixar de ser muito focado no romance e passar a ficar por conta da política, o romance existe mas o cerco dos rebeldes revela a realidade inalienável além dos muros do palácio, na verdade no próprio palácio, a situação não se difere de toda a movimentação da sede por solução da população de Illéa.

— Sei que às vezes pode não parecer, mas a família real é realmente importante para nós. Sem ela, os rebeldes do sul vão vencer. E se eles assumirem o poder… Bom, você ouviu o que August disse. — Georgia sacudiu a cabeça. — Em todo caso — continuou —, eu tinha certeza de que estava diante da minha futura rainha, então achei que você merecia ao menos uma reverência.

Então sabendo de mais informações acerca dos rebeldes – os nortenhos principalmente – e até mesmo em contato com eles, ambos Maxon e America se dispõe a levar em frente uma aliança com os nortenhos e oferecer apoio, uma vantagem dado a presença de um príncipe e a mais provável futura rainha, que se depender não só do próprio Maxon quanto dos rebeldes, que apoiam um governo com a Selecionada em soberania, isso vai ser uma breve realidade. Enquanto essas questões se desenrolam, nos bastidores Aspen, Lucy, Kriss e a família de America sofrem baixas emocionais, esta última causam não só uma perda e um abalo enormes em America, como traz revelações de uma realidade que ela esteve cara a cara durante todo esse tempo.

Com certeza um dos momentos mais comoventes do livro é a reconciliação das Selecionadas, onde as restantes se reúnem e contam momentos e lamúrias, a noção de estarem juntos é aceita por todas e logo se torna um elo que as une, já não precisa de mais conflitos, antigos erros  e ressentimentos podem ficar para trás.

— Pois bem. Todas temos defeitos. Mas Maxon precisa escolher uma, então não há motivo para mais preocupação — Celeste declarou, brincando com o cobertor. —Pelo menos acho que concordamos que qualquer uma de vocês seria uma escolha melhor do que eu.

Por pouco e por um escorregão infeliz de America, Maxon descobre o envolvimento dela com seu guarda e antigo (atual?) amor, Aspen Leger, o que causou uma devastação para os três, ela pois percebeu que está disposta a ser rainha, ele por perceber que esse tempo todo havia sido em vão e para Aspen que seguramente traiu a confiança real – lembrando do caso da Marlee.

— Queria que soubesse que amaria você sem roupas bonitas ou salas maravilhosas. Quero você sem a coroa, Maxon. Só quero você.
Maxon ficou sem palavras por um momento. Imaginei que ele a estivesse abraçando ou limpando suas lágrimas.
— Não consigo dizer o quanto significa para mim ouvir isso. Estava desesperado por ouvir alguém dizer que se importava apenas comigo — ele confessou, baixinho.

O final foi principalmente inesperado, que em meio ao Jornal Oficial de Illéa acabam passando pela maior movimentação dos rebeldes – pela mortalidade do caso, sulistas -, o que se caracteriza em uma verdadeira chacina, resultando em inúmeros mortos, dentre eles entes da família real, até as criadas não são poupadas. Um terror sem tamanho, America se vê diante de uma realidade atormentadora ao não saber como lidar com o futuro e sem saber quem ainda está vivo.

Os sulistas estão cada vez mais agressivos. Nos últimos meses, seus ataques aumentaram, não apenas contra o palácio, mas contra a população do país inteiro. Eles são cruéis. Assim como Maxon, receio que estejam prestes a armar uma ofensiva de que não conseguiremos nos recuperar. O plano de matar de acordo com as castas da Elite é muito drástico, e tememos que a situação piore ainda mais.

A Escolha foi um livro para abalar as estruturas com toda a certeza, no entanto a brusquidão com que a Kiera retratou os acontecimentos finais foi  um tanto decepcionante, deixando uma consideração vaga com relação ao ocorrido, muitas pessoas pessoas morreram nesse etapa final da Seleção, o que foi demonstrado em poucas páginas. A ideia  que se tem com o ocorrido, que deveria ser aterrorizante, mas não pareceu, foi de uma forma de ascensão e finalização da Seleção, podem não concordar mas para uma série que em acontecimentos mais simples levavam páginas de desenvolvimento e a dizimação de quase toda uma geração levou pouco mais – na visão literal – de 3 páginas, deixou um buraco para os que se apegaram a personagens que até mesmo mereciam mais humanização de sua perda, entretanto a dramaticidade do momento tem efeito e a reunião do casal enfim é o tão esperado momento.

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Book trailer de A Escolha para vocês se apaixonarem: